quarta-feira, 5 de novembro de 2008

os três pilares da arte contemporanea

"A ciência nunca explica a arte. Quando ela tenta, vira religião" (serrão).

obra de guaraci gabriel. monumental, perecível e repetitiva

Muitas vezes, ou na totalidade das vezes, a arte contemporânea seduz as pessoas pela sua natureza, a liberdade artística que oferece. Um cenário livre para a criatividade, materiais baratos, exposições na rua, performances. O artista é sua própria obra. Um jeito fácil, sem dificuldades, que aproxima as pessoas do "fazer arte". Ao contrário de pomposos salões, grupos, bandas de música, pautas caras em teatros, horas caras em estúdios, temos o artista e sua atitude, certo? Errado. Isto é um engano clássico, a idéia mais valorizada pelos simpatizantes deste "fazer arte " é confusa. Essa leitura da arte contemporânea é errada e reproduzida. Um lugar confuso, que seduz e engana, principalmente em cidades artisticamente franciscanas como Natal.
Arte contemporânea, o lugar de todas as possibilidades, onde a criatividade vele mais do que a estética. Onde qualquer coisa é arte. Não é bem assim, não. O mundo contemporâneo é outro. Mais complexo, rebuscado, bem peculiar. Quem entende suas nuances, voa longe. Quem ignora acaba sem entender o por que de seu fracasso artístico. Eu não faço arte contemporânea, nem faria nunca. Por três motivos simples. vamos entender isso!!!
A arte contemporânea se sustenta sobre três pilares. Três conceitos básicos. Como se trata de uma expressão conceitual, a autêntica arte contemporânea é identificada por vários elementos estéticos, entre eles os principais, três: monumentalidade, efemeridade, repetitividade.
Efemeridade: a obra tem que ser efêmera, perecível. Materiais duradouros como bronze, telas de algodão, concreto, não são bem aceitos pelos conceitos de arte contemporânea.
Monumentalidade: a obra tem que ser monumental, nada de coisas de fáceis mensurações. Deve ser monumental, intervir na paisagem de forma agressiva. No equilíbrio dessa agressividade o caráter efêmero se faz presente como instrumento de não-agressão permanente. Repetitividade: A obra tem que ser a reprodução de algo já feito antes, ou parecido com alguma coisa já feita antes. Nada de originalidade. Nada de criativo. Como numa tese de mestrado/doutorado que se sustenta no pensamento de outros, a obra contemporânea também deve ter referências aceitas pela comunidade artísticas, ou pela história. Como gostam de chamar: uma releitura da obra de fulano.
Pois bem, quem faz arte contemporânea deve observar, aprender com artistas renomados. Feito isso, vai encontrar estes elementos em suas obras.
Enfim, para responder a pergunta que ninguém me fez : Não sou contemporâneo por que lido estreitamente com a criação. Se tamanho fosse documento, livro de anatomia e o código civil eram best seller. O efêmero é egoísta. Faço pintura para outros, pela história, para durar, para educar as gerações futuras.

serrão

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