domingo, 5 de outubro de 2008


Para que servem os sites de arte?


Escrito por Adriana Dória Matos
O ambiente digital desponta como um espaço para a crítica, a discussão e a legitimação da arte contemporânea, um lugar de encontro que nos limites dos veículos anteriores não era praticado nem amplamente acessívelParodiando o questionamento lançado por Patrícia Canetti e transformado em fórum de discussão – Para que servem os salões? – , em sua participação no 46º Salão de Artes Plásticas de Pernambucano, em 2005, indagamos ao leitor: Para que servem os sites de arte? A pergunta, de cunho eminentemente utilitário, já que supõe as possíveis serventias do objeto analisado, pretende se inserir em uma área hoje em franco crescimento: as comunidades artísticas virtuais. Mas, ao contrário da pergunta de Canetti, que indaga sobre algo que ainda existe, numa perspectiva de crítica ao passado e à tradição (afinal, os salões foram criados no século 19 e já enfrentaram crises variadas ao longo do século 20), esta se refere a algo muito recente como fenômeno social, cultural e, sobretudo, tecnológico. Portanto, um lugar não-consolidado, um verbo no gerúndio. A resposta mais evidente à pergunta Para que servem os sites de arte? seria empática, porque os sites serviriam a todos: artistas, público, instituições de fomento e ensino, críticos, jornalistas, educadores, mercadores e a quem mais se enredasse nesta cadeia produtiva. Assim, o espaço hoje representado pelas comunidades virtuais artísticas traria uma perspectiva favorável, imaginando-se que a natural vocação do meio virtual em ser veloz, acessível, interativo, hipertextual e multimidiático, sem contar sua infinita capacidade de memória, alarga de maneira inédita a interação entre esses diversos agentes do sistema de arte. Que, aliás, fazem uso variado do meio fluido, oferecendo home-pages de artistas, sítios institucionais, catálogos on-line, criando blogs, participando de comunidades de relacionamento (vide orkut, myspace, facebox) e endereços eletrônicos como espaços para vivência, troca de informação, divulgação, debate, crítica e ação. Embora disponíveis num mesmo ambiente – a world wide web, ou o sintético www –, as propostas estéticas e ideológicas desses agentes artísticos são variadíssimas e muitas vezes dissonantes, expressando a heterogeneidade da produção artística.
p.s. Leia a matéria na íntegra na edição 94 da revista Continente.

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